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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Depois de vice-campeonato, piloto vê opções para o futuro




Gabriel negocia com algumas equipes para 2010, mas ainda depende de investimento


Foram 15 pole positions e oito vitórias em 20 corridas disputadas que levaram o paranaense Gabriel Dias, 19 anos, ao vice-campeonato na divisão National Class do prestigiado Campeonato Britânico de Fórmula 3. Tudo isso depois de passar por um grande susto em setembro de 2008, quando sofreu um grave acidente pelo Campeonato Oeste-Europeu de Fórmula Renault, e que o deixou de fora das pistas por alguns meses.

Os planos iniciais do piloto, no ano passado, eram de disputar o Europeu de Fórmula Renault mas, após perder os testes de inverno da categoria, o brasileiro decidiu competir pela equipe T-Sport na F-3. "Levando em consideração que esse não era o projeto inicial, o resultado foi muito bom”, disse Gabriel. "Assim pude conhecer e aprender muito sobre o carro de Fórmula 3 e também sobre as pistas britânicas, o que, com certeza, vai ser ótimo para o futuro”, analisou.

"A minha relação com a minha equipe atualmente é ótima e tenho a opção de continuar com eles no ano que vem, mas estudo algumas outras propostas também”, contou. "O meu engenheiro, o Nick Silvester é meu amigo, até fora das pistas. Temos os mesmos objetivos e isso facilitou muito o trabalho. Até o Alan Woodhead, o Skelly (diretor da equipe T-Sport), que já trabalhou na Stewart e na Jaguar na Fórmula 1, me chamou para trabalhar com ele na International Class, o que mostra que estamos trabalhando no caminho certo”, falou. "O Skelly, aliás, faz um bom desenvolvimento de pilotos. Já trabalhou com o Luciano Burti (ex-piloto de Fórmula 1 e hoje na Stock Car) e com o Sérgio Perez (mexicano que compete na GP2, categoria de acesso à F1), por exemplo”.

Mesmo com tantos elogios da sua atual equipe, Gabriel ressalta que ainda recebeu outras propostas. "As poles e as vitórias também e chamaram a atenção de outros chefes de equipe”, garantiu. "Tenho conversado com diferentes times, até de outras categorias, mas devo seguir o caminho natural, que é correr na International Class aqui no Inglês de Fórmula 3 mesmo”.

Apesar de ter várias possibilidades para seu futuro, o piloto chama a atenção para um problema que afeta boa parte dos competidores brasileiros que correm no exterior. "O que falta é investimento. Não dá para garantir uma boa temporada sem dinheiro e isso atrapalha muito as negociações. Mas não vou desistir. Quero chegar bem mais longe”, encerrou Gabriel.


Sobre a National Class: A Fórmula 3 Britânica é dividida em duas classes – que correm juntas – em virtude da diferença de equipamento: na National Class os carros são de fabricação anterior aos chassis atuais e possuem menor potência, menor pressão aerodinâmica, e dez quilos de lastro, servindo como porta de entrada a jovens pilotos no campeonato. Já na International Class os pilotos competem com equipamento de fabricação atual.


Fotos:James Bearne

Paranaense avalia opções para a International Class da F3 inglesa para 2010

Gabriel e seu engenheiro Nick Silvester

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