Circuito paulista registrou quatro vencedores diferentes em 2008, e já teve Ford GT, Lamborghini Gallardo e Dodge Viper no alto do pódio
O Autódromo de Interlagos, em São Paulo, pode ser considerado a pista mais “democrática” da temporada de 2008 do Telefônica Speedy GT3 Brasil. O traçado é a sede de seis corridas neste ano no formato rodada dupla: quatro provas já realizadas, e duas marcadas para este fim de semana (29 e 30/11). Cada uma das quatro provas já disputadas registrou uma dupla diferente no alto do pódio da pista mais famosa do Brasil e viu, também, três modelos de supercarros chegarem ao primeiro lugar.
A primeira corrida deste ano em Interlagos foi vencida pelos atuais líderes do campeonato, Xandy Negrão e Andreas Mattheis, com o Dodge Viper Competition V10 com o qual haviam conquistado o título da competição no ano anterior. A prova seguinte, completando aquela rodada dupla, terminou com a vitória de Walter Salles e Ricardo Rosset, atuais vice-líderes da competição, que já usaram um Ford GT V8.
Depois de passar por Brasília, a GT3 voltou a São Paulo para a quarta rodada dupla do ano, e o resultado foi um novo equilíbrio entre supercarros e duplas. A prova de sábado foi vencida por Paulo Bonifácio e Ingo Hoffmann, com um Lamborghini Gallardo V10. Já a etapa de domingo teve Alceu Feldmann e Lico Kaesemodel no alto do pódio, dando novamente a primazia ao Dodge Viper V10, que até agora permanece como o modelo que mais venceu em Interlagos em 2008.
Para as corridas deste fim de semana a expectativa é de muito equilíbrio. Após a recente equalização dos carros promovida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os motores do Ford GT perderam eficiência em relação à “usina” que empurra os Viper. Agora, o modelo norte-americano da Dodge figura como favorito diante do conterrâneo Ford GT V8, dos italianos Ferrari F430 V8 e Lamborghini Gallardo V10 e do alemão Porsche 997 GT3 Cup S Boxer. A vantagem, segundo os especialistas, se deve às longas retas e, especialmente, à Subida da Junção, onde a potência deve falar mais alto. “Mas em uma categoria imprevisível e competitiva como a GT3, qualquer previsão sempre vem com uma boa dose de incerteza e risco”, pondera Ivo Sznelwar, diretor-técnico do Telefônica Speedy GT3 Brasil. “Eu, com certeza, não creditaria favoritismo a ninguém. Há muitas variáveis envolvidas, como o próprio histórico da competição este ano em Interlagos mostra: tivemos quatro vencedores diferentes”, completa Sznelwar.
Um fim de semana de bom desempenho para a Dodge, aliás, pode influenciar diretamente a disputa pelo título entre os pilotos. Com 20 pontos possíveis de serem conquistados no fim de semana (dez para cada vitória), Walter Salles e Ricardo Rosset precisam descontar nove pontos para Xandy Negrão e Andreas Mattheis, e não dependem apenas de seu próprio desempenho para recuperar o topo da tabela.
Na combinação mais simples de resultados, Salles e Rosset ficam com o título se terminarem as duas corridas do fim de semana na primeira colocação, e virem pelo menos duas outras duplas entre eles e os atuais líderes do campeonato em ambas as provas. Nesse caso, eles somariam 20 pontos no fim de semana, contra 10 de Xandy e Mattheis – e chegariam a 107 pontos na tabela, contra 106 dos adversários. Já os atuais líderes precisam de um segundo na primeira corrida, no sábado. Assim, eles ficariam com o título desde que os rivais não vençam a corrida, uma vez que iriam a 104 pontos contra 93 de Salles e Rosset. Nessa situação, mesmo que os atuais vice-líderes vencessem no domingo e acumulassem mais dez pontos, Xandy e Andréas estariam fora do alcance até mesmo se não pontuassem na corrida.
Como o próprio Ricardo Rosset já havia dito na coletiva de imprensa pós-etapa de Curitiba, para virar o jogo sobre os atuais campeões será preciso uma certa dose de sorte e, também, uma pequena ajuda dos Dodge Viper.
Mais informações:
Rodolpho Siqueira e Caio Moraes
Texto: Rafael Durante
Fotos: Miguel Costa Jr.
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