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sábado, 10 de janeiro de 2009

Dakar: Reinaldo Varela e Marcos Macedo dizem adeus à competição





Quebra durante quinta especial é responsável por tirar a possibilidade da dupla de chegar ao fim do maior rali do mundo

São Paulo, 09 de janeiro de 2009 – O sonho de Reinaldo Varela e Marcos Macedo de completar o Dakar 2009 acabou na última quarta-feira (07), quando após uma sucessão de problemas, foram obrigados a abandonar a prova. Logo no início da especial, tiveram a primeira amostra de como seria um percurso difícil. Após largarem na 53ª posição, encalharam com 8 quilômetros de percurso. Depois de forçarem muito o carro, e perderem muito tempo conseguiram sair. Prosseguiram por um bom tempo sem nenhum imprevisto, quando detectaram problema no combustível, sem saber ao certo se era na bomba de combustível, na injeção ou sujeira no tanque. Achando que não poderia ficar pior, percorreram até o quilômetro 180, quando o carro parou, e para piorar ficaram sem os dois macacos (hidráulico e manual). Para finalizar, o guincho também parou de funcionar, tirando por fim, a dupla da disputa, já que só seriam resgatados no dia seguinte, eliminando a possibilidade de largar na especial seguinte, da última quinta-feira (08).

Em um dia completamente atípico, onde os competidores largaram em um sol escaldante, marcando mais de 40ºC fora do carro, Varela e Macedo tiveram ainda outros contratempos no caminho. "Quando paramos para ver se ainda era possível fazer alguma coisa, do nada o tempo virou bruscamente, e começou a chover forte, chuva de granizo inclusive. Saímos de uma temperatura altíssima, para um frio intenso. Tivemos que passar a noite dentro do carro, com muito frio, com medo de hipotermia, e tentamos nos proteger de todas as maneiras. Dormíamos e acordávamos a toda hora. Quando acordamos demos risada da situação, mas a vontade era de chorar. Mas o importante é que conseguimos sobreviver", contou Varela.

Mesmo com as dificuldades, Varela e Macedo foram acordados com um belíssimo nascer do sol. "Era uma coisa impressionante, maravilhosa. Ficamos então esperando o resgate. A 'vassoura' da organização passou por volta das 10 horas levando todo mundo para o parque de apoio. Fomos dentro da carroceria de um caminhão, essa foi a pior aventura, já que chacoalhava demais, e parecíamos sacos de batatas", lembra.

Varela ainda tenta assimilar que sua aventura chegou ao fim. "Não dá para acreditar que acabou é uma sensação muito ruim, assistir ao rali de fora", disse.

Para Marcos Macedo, que ao contrário do companheiro, teve sua primeira experiência na maior competição off-road do mundo este ano, a aventura foi muito desgastante, mas válida de qualquer forma. "Foi tudo muito mais difícil do que eu imaginava. Foi uma corrida maluca largar depois dos caminhões, e tentar ganhar alguma posição atrás da imensa poeira que eles levantavam. Por outro lado as paisagens eram maravilhosas, é um lugar perfeito para uma competição cross country, com muita areia, lagos secos e pedras. Espero ter a chance de participar novamente de uma prova ali", declarou Macedo.

Sobre a navegação Macedo afirma não ter tido maiores dificuldades. "A navegação foi bem tranqüila. Como largamos atrás, encontramos o trecho bastante marcado. Por outro lado, tive experiências novas também, como ajudar o piloto a encontrar caminhos alternativos dentro do trecho, para fugir de uma pedra, ou um buraco, isso foi novo para mim", disse.

O Dakar é conhecido por reunir as maiores feras do mundo dos ralis. Por isso, para Marcão Macedo fica outra frustração, de não ter tido tempo de trocar experiência com outras equipes. "Infelizmente chegávamos sempre muito tarde depois de cada especial, e normalmente o briefing já havia terminado, foi tudo muito corrido, e não tive tempo de conhecer outros competidores", afirmou.

Por fim, o navegador da Equipe Rally Brasil se mostrou bastante orgulhoso de todos que estiveram com ele e Varela na Argentina. "Quero ressaltar o trabalho de toda equipe de apoio, muitas vezes eles viravam a noite para deixar o carro em condições de competir. O fato de não termos conseguido chegar ao final, não é culpa de ninguém, foi apenas uma pedra no meio do nosso caminho. Mas com certeza servirá de experiência para próximas oportunidades", finalizou.

As dificuldades do Rally Dakar são proporcionais a sua grandeza. Varela e Macedo não são os únicos a não conseguir completar a competição. Após seis dias de prova, dos 542 veículos - entre carros, motos e caminhões – que largaram em Buenos Aires, apenas 385 seguem na disputa. Sendo que ainda falta mais a metade do percurso até a chegada, também em Buenos Aires, no dia 17 de janeiro.

Reinaldo Varela e Marcos Macedo (Rally Brasil) têm o patrocínio de Mitsubishi, Pirelli, Blindarte, além de apoio da Itamotors, Divino Fogão, São Paulo-I, Shell, Borgwarner e Artfix.





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