Os opositores ao Grande Prêmio de Fórmula 1 do Bahrein querem estender seus protestos à capital e convocam seus partidários a marchar neste sábado em direção à Praça da Pérola, símbolo da revolta de dois anos atrás.
As manifestações, que registraram episódios de violência, prosseguiram na noite de sexta-feira nas localidades xiitas que rodeiam Manama. Duas pessoas ficaram feridas por coquetéis molotov lançados contra a polícia, segundo as autoridades.
"Dois asiáticos ficaram feridos por coquetéis molotov dirigidos contra as patrulhas da polícia na estrada Isa al-Kaber" em Manama, anunciou o ministério do Interior no Twitter.
A oposição xiita intensificou nos últimos tempos sua mobilização por ocasião do Grande Prêmio de Fórmula 1 neste pequeno reino governado por uma dinastia sunita. As manifestações se concentram em dois povoados xiitas dos subúrbios da capital.
Um grupo radical da oposição xiita convocou seus partidários a se reunirem neste sábado na Praça da Pérola.
"Hoje, caminharemos em direção ao centro da revolução", anunciou no Twitter o grupo radical clandestino 14 de fevereiro, que organiza o protesto através das redes sociais.
Na sexta-feira, os manifestantes tentaram se aproximar da praça, mas foram dispersados pela polícia.
A Praça da Pérola, cujo monumento central foi derrubado após a repressão dos protestos e cujos acessos estão fechados com blocos de concreto, estava totalmente rodeada pelas forças de segurança na manhã deste sábado, constataram jornalistas ao se dirigirem ao circuito de Sakhir, onde ocorre no domingo o Grande Prêmio de Fórmula 1.
Na manhã deste sábado, havia uma forte mobilização policial com vários veículos blindados ao redor da praça e ao longo da estrada que leva ao circuito.
Os preparativos da corrida não foram, até o momento, afetados pelos protestos.
Na noite de sexta-feira foram registrados confrontos, assim como nos dias anteriores, entre centenas de jovens e as forças de segurança nas localidades xiitas, segundo testemunhas.
"Esta corrida é um crime", "Não à fórmula do sangue", gritavam os manifestantes, lançando pedras e coquetéis molotov em direção às forças de segurança, de acordo com testemunhas. A polícia os dispersou com bombas de gás lacrimogêneo.
Outros manifestantes mascarados bloquearam as estradas queimando pneus.
Na sexta-feira, as autoridades do Bahrein ordenaram que uma equipe de cinco pessoas do canal de televisão britânico ITV, que cobria os confrontos antes da corrida, deixasse o país, de acordo com o canal.
Desde fevereiro de 2011, o Bahrein é palco regular de manifestações - por vezes violentas -, o que obrigou os organizadores da corrida a cancelar o evento daquele ano.
Na edição de 2012, a oposição organizou manifestações que terminaram com um morto.
Os partidos tradicionais da oposição, liderados pela poderosa formação xiita Al-Wefaq, exigem a instauração de uma monarquia constitucional, mas os partidários do grupo 14 de fevereiro pedem a queda da dinastia que governa o emirado há mais de 200 anos.
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