Câmara de Vereadores
SindiTabaco busca apoio para manutenção do Sistema Integrado de Produção
Comitiva da entidade esteve em reunião com o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, vereador Elo Ari Schneiders
Santa Cruz do Sul – Representantes da direção do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) estiveram reunidos nesta quarta-feira, dia 29, na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, com o presidente da Comissão da Agricultura, vereador Elo Ari Schneiders (SD). O encontro serviu para que os vereadores apoiem a manutenção do Sistema Integrado de Produção, em vigor há 97 anos.
Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa Gaúcha, de autoria do deputado Zé Nunes (PT), que obriga as empresas que comercializam e/ou industrializam fumo no Rio Grande do Sul a realizar a classificação da folha do tabaco nas propriedades dos agricultores no ato da aquisição.
O SindiTabaco entende que o Sistema Integrado de Produção, onde a comercialização é realizada nas dependências das empresas compradoras, na presença do agricultor/vendedor, com o acompanhamento e fiscalização de classificadores oficiais de órgãos públicos é o ideal. Segundo os representantes das empresas presentes no encontro, a aprovação do projeto de lei acarretaria problemas em termos operacionais e de logística.
Em nota entregue a Schneiders, que será repassado a todos os vereadores, o SindiTabaco aponta uma série de impactos aos produtores.
"Os produtores arcariam com o custo destas operações: os custos, logicamente, afetariam toda a cadeia produtiva; a qualidade do produto: a sistemática atual tem duração de aproximadamente seis meses. Da forma como proposto pelo Projeto de Lei este período se estenderia por um número de meses maior, trazendo possíveis prejuízos/perdas à qualidade do produto (umidade, mofo, perda de cor, et.) e como consequência, afetaria o preço pago ao produtor e o atendimento do mercado internacional; custo do transporte /receita do produtor: pelo sistema atual todo planejamento da comercialização é organizado pelas empresas, inclusive arcando com todo o custo do transporte, para que o produtor tenha a mesma receita, independente da distância em que está localizado; ruptura do Sistema Integrado de Produção: a mudança da sistemática de comercialização abriria espaço para atravessadores e incentivo à informalidade, trazendo sérios prejuízos ao produtor, pela inexistência de contrato, tais como garantia de compra, planejamento da safra, logística da comercialização, financiamentos de custeio e investimento, assistência técnica, fornecimento de insumos adequados e que garantem a qualidade e integridade do tabaco brasileiro e inviabilização da certificação integrada do produto, regulada pelo Ministério da Agricultura; exclusão dos produtores residentes em áreas de menor produção, de difícil acesso e de maior distância".
A nota diz ainda que "Sistema Integrado de Produção é o grande responsável por ter levado o País a condição de maior exportador mundial, há mais de 20 anos, e de segundo maior produtor mundial. As vantagens deste sistema levaram outros segmentos do agronegócio brasileiro, como aves e suínos, a alcançarem posições e liderança do mercado internacional e que já são copiadas também em outros países concorrentes do mercado brasileiro, como por exemplo, o Zimbábue".
Segundo o vice-presidente de Recursos Humanos do SindiTabaco, Valmor Thessing, a entidade irá fazer uma série de visitas a entidades buscando conscientizar a todos de que este projeto de lei é inviável. "Estamos buscando este apoio dos vereadores de Santa Cruz do Sul, que é o município polo para que se tornem agentes disseminadores dessa informação. Pois o município seria seriamente atingido se este processo for modificado", observou.
O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Elo Ari Schneiders, irá repassar essas informações aos colegas e agendar uma reunião para que o SindiTabaco possa expor a sua preocupação aos demais colegas. "Fico feliz em receber esta demanda do SindiTabaco, que levaremos ao conhecimento dos colegas e, ao mesmo tempo, preocupado com a tramitação deste projeto que é nocivo para os produtores", observou.
Foto: Comitiva do SindiTabaco com o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores, Elo Schneiders
Crédito: Jacson Miguel Stülp
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